sábado, 29 de outubro de 2011

A profissão de consultor e seu papel

          Em razão da crescente demanda do mercado, os serviços de consultoria tornam-se cada vez mais necessários, o que faz do consultor organizacional figura constante no meio empresarial, seja realizando diagnósticos com o propósito de identificar soluções ou implementando processos e/ou recomendando ações. A sua atuação envolve atividades da mais simples a mais complexa e em alguns casos, juntamente com os executivos da empresa-cliente, o consultor promove ações avaliativas e análise de situações estratégicas.
Mesmo que para alguns a atividade do consultor não represente, necessariamente, uma profissão, o fato de trabalhar adequações organizacionais, alterações nos processos de trabalho e sistemas etc., faz dele um profissional qualificado, detentor de competências, conhecimentos e habilidades específicas, configurando a atividade profissional de consultor que, como apontam alguns autores, representa uma das profissões mais antigas do mundo e, mesmo assim, só teve o seu reconhecimento como atividade remunerada nas últimas décadas.
Oliveira (2009, p21) ratifica esse entendimento quando afirma que “a consultoria pode ser considerada uma profissão, bem como um negócio ‘perigoso’, pois é muito fácil uma pessoa aventurar-se neste setor de atuação”. Já Parreira (1991, p12) afirma que o consultor é “aquele que dá ou pede conselho, opinião, parecer”, enquanto Block (1991, p02) foca sua definição na experiência e no domínio de “uma pessoa que está em posição de ter alguma influência sobre um indivíduo, um grupo ou uma organização, mas que não tem o poder direto para produzir mudanças ou programas de implementação”.
Outro aspecto que produz certa divergência de opiniões está relacionado ao seu perfil de atuação. Contudo, ao buscar um consenso sobre a questão pode-se inferir que pelo menos existem três condições possíveis para o consultor desenvolver sua atividade. Ele pode atuar como especialista e com base em seus conhecimentos, experiências e informações obtidas do seu cliente, orientá-lo nas tomadas de medidas. Outra forma de atuação é como mão-de-obra, de modo que ele passa a executar  tarefas determinadas pelo seu cliente e, por último, como cooperador, modalidade na qual o consultor trabalha de forma integrada com seu cliente, estudando, juntos, a situação, na perspectiva de determinar o que deve ser feito para, na seqüência, apoiar e instruir o cliente na tomada de decisão e implementação das medidas.
Muito obrigado e até a próxima postagem. 
Bibliografia
OLIVEIRA, Djalma Pinho de Rebouças. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologia, práticas. São Paulo: Atlas, 2009.
BLOCK, Peter. Consultoria: o desafio da liberdade. São Paulo: Makron, 1991.
PARREIRA, Francisco E. Consultoria, consultores e clientes. São Paulo: Érica, 1991.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Consultoria: alguns motivos para a contratação

Como apontam alguns especialistas em Consultoria, que somam, às vezes, décadas de experiência e tem acompanhado a evolução do mercado e da relação existente entre as organizações e as empresas de consultoria e/ou consultores independentes, na contemporaneidade, são muitos e variados os motivos para se contratar uma consultoria, dentre os quais pode-se destacar:
a) Transferência de tecnologias de gestão
Motivo dos mais freqüentes, ocorre quando a empresa percebe a necessidade de adotar tecnologias que não domina. Nesse caso, estabelece-se uma convivência da organização com o consultor, de modo parcial, por vezes limitada a palestras, seminários, sustentada pela idéia que essa modalidade é mais produtiva;
b) Utilização de Metodologias de gerenciamento de projetos
Essa modalidade de parceria costuma ser adotada por empresas que tem dificuldade de implantar projetos complexos sem o auxílio de uma metodologia bem estruturada. Ela contempla projetos que envolvem em torno de dez pessoas, e justifica sua metodologia na perspectiva de estabelecer o equilíbrio entre maximização de resultados e minimização de esforço de implantação;
c) Auditar processos com visão externa
Nessa linha de atuação, é possível implantar procedimentos e normas de verificação dos processos internos da empresa, além de possibilitar sugestões de melhoria nos mesmos;
d) Projetos de Curta Duração sem aumento de quadro funcional
Ante a nova realidade, na qual os organismos empresariais se vem pressionados a reduzir seu pessoal, a rotina diária - e os serviços extraordinários - tendem a receber o suporte do consultor, contratado para realizar as tarefas que os funcionários fixos não conseguem realizar;
e) Visão de Especialista
Em alguns casos, a ausência de um especialista na empresa, com conhecimentos aprofundados sobre a situação-problema, leva as organizações a buscarem no mercado de consultoria alguém que possua essas competências, o que justifica a contratação de um especialista e não de um generalista;
f) Ter um ponto de vista independente
Outra situação recorrente em nossos dias, é a busca por uma visão independente do negócio. Nesses casos, as empresas costumam contratar consultores que possam fornecer-lhes um ponto de vista independente da área que atuam ou do seu negócio, isento de parcialidade, mesmo que seja de forma genérica, sem que haja um problema específico a ser tratado, apenas para contar com mais um parecer;
g) Treinamento Interno de pessoal
Por intermédio dessa modalidade, as empresas costumam reduzir custos com grandes projetos de consultoria, agilizar os processos e otimizar seus resultados. Prática corriqueira no meio empresarial de hoje, essa alternativa de atualização e transferência de know-how apresenta resultados satisfatórios, quando praticada por consultores com experiência, conhecimentos e competências técnicas para tanto.
Muito obrigado e até a próxima postagem.

sábado, 15 de outubro de 2011

Consultoria: breves comentários sobre a sua evolução

Dando continuidade ao assunto Consultoria, na oportunidade, teceremos breves comentários sobre sua evolução, tendo como base a literatura que trata da temática, associada ao construído nas salas de aula e o que resulta das discussões entre colegas da área.
Afirma-se que a Consultoria surgiu de forma concomitante às origens das relações humanas, e, em razão disso, pode ser considerada uma reflexão acerca da própria existência humana, e também representa uma busca por respostas na qual o investigador se utiliza de mecanismos mais adequados - ou mesmo complexos - visando deliberar sobre a questão ou emitir um parecer.
Os registros antropológicos apontam que desde muito tempo as sociedades humanas contam com indivíduos que atuavam como guias, aconselhando suas comunidades em questões que vão desde relacionamentos, até ações para caça ou a guerra, sem, contudo, desprezar aspectos relacionados à saúde física e psicológica. Há, inclusive, aqueles que assumem a defesa da tese que a consultoria tem sua gênese associada ao conjunto de conhecimentos e práticas da tradição xamãnica que, por sua vez, serviu de base para o surgimento dos sacerdotes ou homens sagrados.
De acordo com o Professor Paulo Ricardo Becker Jacintho, “na antiga Grécia, os sacerdotes do Oráculo de Delfos proviam consultorias embasadas nas observações sistemáticas e inteligentes dos fenômenos naturais, entendidas naquela época como predições de homens escolhidos pelos deuses e dotados de poderes especiais”. Portanto, acredita-se que esse ambiente deu condições para o surgimento dos primeiros filósofos, como também para o ideal da busca do conhecimento e do entendimento racional do mundo e da própria humanidade, por intermédio da ciência.
No entanto, somente no começo do século XX foi que a consultoria passou a ganhar a configuração de hoje, bem definida e caracterizada. A sua vinculação à técnica e ao científico, associados à experiência e fundamentação teórica, com foco nas soluções práticas, ganhou terreno nas décadas de 1940 e 1950, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. A partir daí ocorreram importantes avanços na sistematização do trabalho de consultoria.
A década de 1980 trouxe novos desafios, inaugurando a terceira geração das consultorias, que se dedicaram à tecnologia de informação. A partir da década de 1990 a atividade de consultoria conquistou novos espaços e importância nos meios gerenciais e empresariais, em razão de suas taxas de crescimento nas receitas, do porte das empresas e da exposição na mídia.
No Brasil, as consultorias consolidaram sua posição e importância para as organizações como parceiros otimizadores de sucesso, a partir da importação de “expertise” gerencial japonesa (Reengenharia, Kaisen, 5S e Certificação ISO). Nesse novo contexto, os consultores passaram a figurar como os principais difusores desse conhecimento - de utilização global - nas organizações. Portanto, com base na explanação anterior, pode-se inferir que a consultoria se constitui na transição do conhecimento e da experiência humana, de um ou mais indivíduos, em prol de um objetivo coletivo.
Peter Becker afirma que "a consultoria em sua melhor forma é um ato de amor: o desejo de ser genuinamente útil aos outros. Usar o que sabemos, ou sentimos, ou sofremos no caminho para diminuir a carga dos outros".
Muito obrigado e até a próxima postagem