quinta-feira, 17 de abril de 2014

O poder da Comunicação Humana




    O desafio de discutir o papel da comunicação nas relações humanas e sua relevância no contexto atual, seja na simples interação entre os indivíduos ou desses com as organizações é, em primeiro lugar, entender a comunicação - e seu processo - e sua condição de elemento catalizador de oportunidades, tanto pessoais quanto profissionais.
    Assim, na perspectiva de lançar luzes sobre tão importante - e essencial - ferramenta humana, daqui em diante o texto discorre sobre alguns aspectos da comunicação e o poder que ela exerce na sociedade contemporânea. 
   Na dinâmica da atualidade, a sociedade e as organizações vivenciam mudanças e transformações diárias pressionadas por novas e diferentes tecnologias, com reflexos diretos no comportamento das pessoas. As rupturas nos modelos sociais, e a emergência do diálogo como alternativa conciliadora única, revelam limites a serem debatidos e superados, e, também, o poder da comunicação humana.
    A partir do momento que o homem se percebeu como ser relacional, e saiu do isolamento das cavernas vivido até então - vida rude e solitária - para um tipo de vida baseado no social, no convívio em sociedade, muita coisa mudou. E para tornar possível a subsistência e convivência com seus pares, ele lançou mão de instrumentos simples de comunicação como: gestos, pinturas rupestres, sinais de fumaça, entre outros meios primitivos. À medida que a espécie humana evoluía nas suas relações societais, a comunicação tornava-se mais complexa e passava a exigir dos interlocutores maior atenção, assumindo então papel preponderante e decisivo.
   Estudos sobre o comportamento humano apontam que as pessoas não vivem isoladas, e como seres relacionais, por essência, são interdependentes e se relacionam continuamente entre si e com os seus ambientes por meio da comunicação, que pode ser entendida, numa interpretação lógica do próprio termo, como tudo aquilo que comunica uma ação. Contudo, cada pessoa tem sua maneira peculiar de perceber a si e o ambiente no qual está inserido, seu próprio sistema cognitivo, e busca considerar aspectos relacionados aos valores pessoais e suas motivações para estabelecer seu próprio padrão de referência no processo de interpretar as coisas. Esse padrão funciona como uma espécie de filtro que irá determinar a aceitação ou rejeição no processamento das informações, por meio da seleção perceptiva dos envolvidos. Assim, a ideia comunicada é determinada no contexto situacional tanto pelas percepções e motivações do emissor quanto do receptor.
    Essa constatação remete a ideia que no processo da comunicação o mais importante é que o emissor ao codificar sua mensagem tenha em mente que quem vai recebê-la, o receptor, precisa decodificá-la e entendê-la. Daí se dizer que comunicar nada mais é que informar e se fazer compreender. Quando o registro de um evento qualquer, um dado, associa-se a outros registros, agora um conjunto, assume determinado significado e conforma-se como informação a respeito desse mesmo evento. E, ao ser transmitida e compartilhada, a informação resulta na comunicação. Agora, se esse processo sofrerá ruídos ou distorções, vai depender do trato e direcionamento dados a essa informação ou mensagem.
    Cotidianamente, as barreiras à comunicação são das mais variadas - e mais frequentes do que se imagina. Nesse campo, pesquisadores afirmam que os obstáculos têm sua sustentação no tripé: limitações, emoções e valores humanos, que soma-se as complicações adicionais ocasionadas por símbolos inadequados. Um exemplo clássico é o “telefone sem fio”, aquela brincadeira de falar, baixinho, ao ouvido de uma pessoa e pedir para ela repassar a mensagem às outras. Ao final, observa-se que a mensagem chega distorcida ou com significado completamente diferente, ao seu destino. 
  Para obter melhores resultados no processo da comunicação e efetivamente transformar realidades, é necessário que os atores sociais identifiquem cada um dos elementos do seu entorno que podem afetar sua atuação e aí criar uma comunicação direta, segura, objetiva, com cada um desses elementos. 
   Cabe ressaltar que a comunicação não ocorre apenas verbalmente e numa só direção, mas sim de forma abrangente e em via de mão dupla; todo e qualquer movimento transmite mensagens. As pessoas, de modo geral, estão o tempo inteiro enviando mensagens, se comunicando. Pierre Weil (1924-2008), educador e psicólogo francês que residiu no Brasil, ilustrou essa questão na sua obra “O corpo fala”. Segundo o autor a linguagem não-verbal, que representa a maior parte da comunicação humana, quase sempre, recebe pouco de nossa atenção. E não compreender o que os gestos e posturas comunicam, nos leva a cometer equívocos, gerando interpretações falsas e mal-entendidos.
    Um ponto importante nessa discussão, é que por mais clara e assertiva que a mensagem seja, a subjetividade sempre estará presente, pois o processo da comunicação envolve relações humanas e, portanto, dado a sua complexidade e variabilidade, muitos são os fatores intervenientes na emissão, codificação, decodificação e percepção da mensagem. 
    Mário Persona, consultor empresarial especialista em comunicação e marketing, defende que na comunicação ouvir é mais importante do que falar, e que para atender a necessidade do cliente é preciso ouvi-lo, pois nem sempre sua necessidade está explicitada. Há casos em que as entrelinhas falam mais alto e, nesse casos, as necessidades são decifradas pela percepção. Sobre isso, Márcia Regina Banov, psicóloga, afirma que a percepção pode ser entendida como o processo por meio do qual os estímulos físicos, captados pelos órgãos dos sentidos, são transformados em interpretações psicológicas. Dito de outra forma, perceber é dar significado às sensações, é a capacidade de interpretar o mundo.
    Então, entender os sinais que são enviados continuamente, e fazer uma leitura adequada, irá capacitar o indivíduo para a promoção de uma comunicação mais efetiva. O pensador austríaco Peter Drucker (1909-2005), enfatizou a relevância desse Feeling ao afirmar que “a coisa mais importante em comunicação é ouvir o que não está sendo dito".
     Muito obrigado e até a próxima postagem.

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