quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Auditoria em RH e sua importância para a nova Gestão de Pessoas

Em meio às adversidades do cenário atual, global e altamente competitivo, as organizações, cada vez mais, são premidas a adotar medidas e técnicas de acompanhamento e controle, na perspectiva de minimizar falhas e evitar problemas que possam oferecer risco a imagem da entidade juntos aos seus Stakeholders e ao mercado em geral.
A materialização e a aplicação de diversos mecanismos de controle através de auditorias, internas ou externas, revelam uma nova postura corporativa que visam não só detectar e mensurar possíveis problemas, mas, principalmente, estabelecer um processo educativo, de prevenção, para além do oferecimento de soluções corretivas e/ou punitivas.
De grande abrangência, a auditoria teve sua origem, segundo alguns historiadores, no período pré-cristão, aproximadamente 4500 a.C, afirmação sustentada por investigações arqueológicas realizadas nos registros da família real de Urukagina e no templo sacerdotal sumeriano (DE SÁ, 1998).
Outras investigações sobre o assunto apontam ter sido na Roma Antiga o início dessa atividade, época na qual os governantes e administradores nomeavam altos funcionários encarregados de fiscalizar ou supervisionar operações econômico-financeiras do Império Romano (GIL, 1992).
Mesmo se constituindo matéria que demanda certa discussão, foi no período da grande recessão econômica americana, em 1929, que a auditoria teve um grande avanço. Em meio à crise, foi criado o Comitê May (Security and Exchange Comission), que formado por notáveis e competentes profissionais, tinha a missão de tornar obrigatória a Auditoria Externa em todas as empresas americanas com ações na bolsa de valores.
A partir daí, a importância da auditoria tomou corpo em todo o mundo, de modo que, após a assimilação dos métodos e procedimentos pelos funcionários das empresas auditadas, a auditoria passou a ser aplicada internamente de modo mais eficaz, não só na área contábil ou financeira, mas também, na área de gestão ou Recursos Humanos.
Tida como um exame analítico e pericial, ou medição dos sistemas de Recursos Humanos, a Auditoria em Recursos Humanos tem a finalidade de prevenir ou corrigir as falhas ou apontar soluções de enfrentamento aos obstáculos encontrados nessa área das organizações que cuida das pessoas. Como uma atividade essencialmente especializada, busca investigar, detalhadamente, o sistema de funcionamento da área de Recursos Humanos, com foco na qualidade dos serviços e não somente em rotinas e/ou burocracias.
E como um trabalho de medição e prevenção, através de mecanismos próprios, objetiva impedir ocorrências, como as demandas judiciais e infrações administrativas, ou mesmo divergências internas da empresa, sem, contudo, desprezar o seu caráter orientador e educacional, portanto, jamais punitivo.
Na visão de Chiavenato (2009, p.479) a auditoria de RH se conforma como “a análise das políticas e práticas de pessoal de uma organização e avaliação do seu funcionamento atual, seguida de sugestões para melhorias”. Logo, a auditoria de RH deve buscar mostrar o funcionamento do programa, na perspectiva de identificar e localizar condições ou práticas que se mostram prejudiciais ao organismo empresarial, ou que devam ser alteradas ou receber acréscimos.
Por esse entendimento é possível inferir que a finalidade da Auditoria de RH não se restringe a simples avaliação e penalização dos envolvidos, mas também identificar o que está em desacordo, desatualizado ou que demanda ações de melhoramentos ou modernização e, com isso, garantir a não ocorrência ou incidência de erros, deslizes ou deficiências na operacionalização dos processos de RH praticados pela organização.
Desse modo, como sistema de revisão e controle, tem a missão de informar a organização sobre a eficiência e eficácia, de modo especial quando descentralizado, do programa em desenvolvimento, assumindo, por esse viés, papel de grande importância na gestão de RH da atualidade.
Muito obrigado e até breve.
Bibliografia
ATTIE, William. Auditoria: Conceito e Aplicações. São Paulo: Editora Atlas, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano nas organizações. - 9. ed. - rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
GIL, Antonio de Loureiro. Auditoria Operacional e de Gestão. S. Paulo: Editora Atlas, 1992.
DE SÁ, Antônio Lopes. Curso de Auditoria. S. Paulo: Editora Atlas, 1998.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

FELIZ PÁSCOA!

Movido pelos mais nobres sentimentos que brotam nesse período pascal, sem sombra de dúvidas o momento comemorativo mais importante da religião cristã, ocasião em que os cristãos de todo o mundo comemoram a ressurreição do Salvador- Jesus Cristo - comparecendo as igrejas e templos para tomar parte nas cerimônias religiosas, reunindo-se em seus lares, em preces e jejuns, ou ainda, degustando comidas e iguarias alusivas à ocasião, me vi inclinado a comentar alguns aspectos relacionados ao surgimento dessa festividade religiosa, e também sobre a reflexão que o momento sagrado nos impele a fazer.
A história nos conta que esse período de festa cristã teve sua origem ligada as festividades primaveris do mundo pagão, mais as celebrações do “Pessach ou Passover”: a Páscoa judaica. E de acordo com o calendário de festas judaico, esse período de comemoração religiosa dura oito dias e lembra o êxodo e a libertação dos israelitas do Egito de Ramsés II.
Tradicionalmente, a páscoa é associada a imagem do coelho, símbolo de fertilidade, e a ovos pintados com cores brilhantes representando a luz solar e que são dados como presentes nessa ocasião. Outros símbolos, além do coelho e do chocolate, compõem os festejos.
A imagem do cordeiro está associada ao Cristo, sacrificado em favor do seu rebanho, enquanto que a cruz, que no Conselho de Nicea em 325 d.C assumiu o papel de símbolo oficial do cristianismo, mistifica todo o significado da Páscoa, na ressurreição e também no sofrimento de Cristo. Já o pão e o vinho, representam a vida eterna, o corpo e o sangue de Jesus, que foram ofertados aos seus discípulos.
A vida nômade do passado, na qual as pessoas viviam apegadas apenas aos seus pequenos rebanhos e pequenas plantações temporárias, mesmo tendo motivado o surgimento de algumas comemorações e aproximações importantes para a sociedade humana, de modo especial, pelo contato com a natureza, ao que parece, transmutou para um estilo de vida humana em que as pessoas se tornaram, e se tornam cada vez mais, egocêntricas e consumistas, de tal sorte, que se converteram em escravas do marketing predatório e inescrupuloso.
O marketing a que me referi acima não é aquele que prega Philip Kotler que, segundo ele, “tem a tarefa de descobrir necessidades não atendidas e fornecer soluções satisfatórias”, essencial ao desenvolvimento das organizações, mas sim, o praticado pelo “monstro” do consumismo exacerbado, a serviço de mentes gananciosas e insensíveis.
Tal posicionamento social redunda no esgarçamento das relações humanas, de modo especial, no seio da família, vitimada pela desagregação resultante das diferenças de objetivos, novos arranjos familiares e, mais perversamente, pelo consumo de drogas ilícitas que potencializam a violência doméstica - e fora dela.
A Páscoa simboliza ressurreição, renascimento, assim sendo, nada melhor que aproveitar a ocasião para repensar nossas relações, especialmente em família e, também, em cima dessa reflexão, estender nossa consciência para os irmãos de todo o planeta.
É difícil, com todos os avanços que a humanidade alcançou, conceber situações como as vividas pelos povos do Oriente Médio e do Ocidente, por exemplo, que se digladiam, ora por questões religiosas, ora por regimes totalitários de governo ou em razão dos interesses do petróleo, ou mesmo os que habitam o interior nordestino, castigados pelos períodos de estiagem prolongados, sujeitos as intempéries naturais e à ganância de maus políticos, entre outros povos planetários que sofrem, agonizam diante do equívoco da sua existência.
O fato é que as luzes, velas e fogueiras, que marcam as celebrações pascais, e aportaram em nossas terras pelos colonizadores, devem acender a consciência da humanidade contemporânea para a nova realidade global, de modo a ver que o “homem é sempre, em qualquer cultura, manifestação da natureza humana, manifestação essa que é, em sua expressão específica, determinada pelos arranjos sociais sob os quais ele vive” (FROMM, 1979, p.28).
Nesse período cristão em que celebramos a ressurreição de Jesus Cristo, ocorrida após a sua crucificação e colocação em sepulcro, ocasião em que o espírito e o corpo Dele foram reunificados, faço votos que esse “ritual de passagem” represente a transição, na sua vida e na dos seus entes queridos, de tal sorte que sua alma se eleve a um nível de extrema felicidade e alegria, e que a paz no mundo saia do campo utópico e se torne realidade.
Feliz Páscoa! Happy Easter! Glad Pásk! Dioyense fiésse di Pâque! Felices Pascuas! Glaedelig Páske! Gleoilega Páska! Chag Sameach! Hristos Voskrese! E até o nosso próximo encontro.

Bibliografia

FROMM, Erich. Psicanálise da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. - São Paulo: Futura, 199.09

Sites visitados

http://www.brasilcultura.com.br/cultura/significado-da-data-de-pascoa-crista/
http://pt.wikipedia.org/wiki/pascoa
http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/kidcafe-esc/significado.html

sábado, 2 de abril de 2011

PROGRAMAS DE TRAINEES

          De reconhecida importância para o mercado, e para profissionais em formação, os programas de trainee apresentam características que precisam ser conhecidas e entendidas na atualidade, de crescente globalização e alta competitividade. Em razão disso, optei por elaborar alguns comentários sobre o assunto, e para tanto, com base na teoria desenvolvida para a área e na troca de informações com outros profissionais da área de desenvolvimento humano, imaginei um cenário em que determinada empresa, de grande porte e de atuação nacional, publica anúncio ofertando vagas para trainee. Tal simulação oportuniza melhor entendimento, e abordagem, sobre a matéria. Boa leitura.  
VAGAS PARA TRAINEE
“Participe hoje do nosso programa de trainee e se torne nosso sócio amanhã”.
Processo Seletivo
·         Triagem dos currículos;
·         Testes on line;
·         Dinâmicas de grupo e entrevistas individuais.
Benefícios
·         Vale-transporte;
·          Vale-refeição;
·         Assistência médica e seguro de vida.
O treinamento específico, para os aprovados no processo, tem duração aproximada de quatro semanas.
Esse tipo de anúncio é facilmente encontrado no mercado, e representa a oportunidade do universitário ou recém formado, iniciar a carreira como um trainee e poder aprender determinada profissão, atuar nela, progredir, e ainda por cima, após alguns anos de trabalho, se tornar sócio. Por outro lado, mesmo que programas de trainee ofereçam, de fato, oportunidades, não são muitos os casos em que o profissional trainee consegue se tornar sócio, acionista ou ter uma participação maior nos negócios da empresa em que trabalha.
De modo geral, as empresas não mencionam a necessidade de experiência anterior, visto que o que elas buscam nos candidatos é potencial que possa ser desenvolvido através de seus programas. Assim sendo, quanto menos experiente o trainee, melhor para a organização, que poderá moldá-lo aos seus padrões de trabalho.
Dependendo da área em que o trainee será iniciado, como por exemplo, Auditoria Externa, o programa terá como foco a contratação de recém formados ou formandos nos cursos de Ciências Contábeis, Administração de Empresas ou Economia. O que não significa que estudantes de outras áreas não possam ser aproveitados. Os das áreas que contemplam Engenharia, Física, Matemática etc., na prática, podem apresentar grande potencial para áreas que exigem raciocínio lógico. É o caso de programas de trainee das empresas de consultoria que atuam em instituições financeiras, por exemplo.
Outro aspecto dos programas de trainee é a exigência que algumas organizações fazem quanto à instituição formadora. Em alguns casos, são solicitados candidatos oriundos de universidades renomadas. O fato é que não se pode desprezar que a tradição, ou o nome da universidade, é de grande valia na hora de decidir por um candidato. Há casos específicos de empresas que o próprio sistema, automaticamente, faz a triagem dos currículos com a orientação para determinada instituição de ensino.
Por outro lado, não existe a garantia 100% que candidatos de determinada universidade, de renome, apresentem o perfil de exigências do programa. Em razão desse pormenor, os candidatos que não apresentem em seu currículo de graduação, ou de pós, uma grande instituição de ensino, não devem temer o processo seletivo, salvo quando a condição for especificada no anúncio. Até porque, de acordo com especialistas, alguns cursos têm apresentado qualidade, no mínimo, questionável.
Um fato a ser considerado nos programas de trainee está relacionado aqueles em que os candidatos devem residir fora de suas cidades de origem. Nesse caso, é preciso ponderar sobre questões como família - distanciamento -, moradia, alimentação, locomoção, ou mesmo a possibilidade de interrupção temporária dos estudos. Na maioria dos casos, as organizações procuram minimizar essas dificuldades oferecendo suporte, ou mesmo privilegiando candidatos da sua área de atuação.
Na maioria dos casos, a língua inglesa é exigência básica, assim como o domínio dos recursos da tecnologia da informática. Quanto a esses requisitos, cabe salientar que, quase sempre, a exigência é pelo domínio e não pelo conhecimento. No caso da língua estrangeira, se a empresa tiver negócios com países de língua espanhola, francesa, chinesa, russa, etc., a exigência será pelo domínio de mais de um idioma estrangeiro.
Também há situações que a organização tem como requisito a língua estrangeira, mas cria oportunidades para que o trainee se desenvolva nela enquanto participa do programa. Mesmo assim, não vale dizer que conhece o idioma sem dominá-lo. O dia-a-dia facilmente irá desmascarar o candidato.
Os entendidos em programas de trainee costumam afirmar que as empresas, em sua maioria, oferecem salários de mercado acrescidos de alguns benefícios como vale-refeição, vale-transporte, assistência médica e seguro de vida. Até porque, de acordo com aqueles que se debruçam sobre a temática, o quantitativo - em dinheiro - não deve ser a preocupação maior do participante dos programas de trainee, mas sim, a experiência adquirida e as oportunidades geradas em razão do seu desempenho.
É consenso que essa etapa na vida do profissional trainee é a fase de investimento na carreira, logo, sua atenção deve estar voltada para a aprendizagem e para o seu desenvolvimento profissional, o que valeria, se necessário fosse, pagar para fazer parte dos programas de trainee.
Outro aspecto relevante é que o trainee goza de todos os privilégios legais, como previdência, férias, décimo terceiro salário e gratificações, já que ele se torna funcionário da empresa com registro em carteira profissional, e até mesmo participa do PLR das empresas que tem esse programa. Outras organizações disponibilizam bolsas de estudos para a realização de cursos variados, desde que relacionados com suas atividades.
Espero ter contribuído de alguma forma para facilitar o entendimento sobre os programas de trainee. Muito obrigado, e até a próxima postagem.