terça-feira, 1 de abril de 2014

Parceiros do negócio ou recursos organizacionais?



      Muito se tem discutido e, por vezes, muitas são as divergências quando o assunto é o papel das pessoas nas organizações e como elas devem ser tratadas. O fato é que há certo consenso quanto a sua importância na razão de ser, na visão e nas políticas adotadas pelos organismos empresariais, cujos reflexos no mundo corporativo resultaram em uma tendência de valorização do capital humano.
     Com base nesse pressuposto, nos novos tempos da administração das (com as) pessoas, as empresas buscam redirecionar suas ações, modificar paradigmas, no tocante ao colaborador e sua atuação em suas instalações, e mesmo fora delas, de modo a equacionar ou encontrar equilíbrio entre os investimentos e riscos assumidos pelo negócio, e a resposta, a contrapartida, oferecida pelos seus fornecedores de competências, elemento catalizador do processo desenvolvido para atingir seus objetivos organizacionais.
     No passado, as organizações tinham as pessoas como simples recursos produtivos, daí a generalização do termo recursos humanos. Logo, como recursos, as pessoas, sujeitos passivos das ações organizacionais, recebiam um tratamento padronizado, uniforme.  Eram tidas, então, como patrimônio físico na contabilidade patrimonial.
    Com base na ideia dominante de então, visando obter melhores resultados, como afirma Chiavenato (2008), o mundo corporativo entendia que as pessoas precisavam ser administradas, “para se obter delas o máximo rendimento possível” e, para tanto, devia-se utilizar o processo administrativo envolvendo planejar, organizar, direcionar e controlar, de forma eficiente.
    Após diversos experimentos e situações vividas no âmbito corporativo, percebeu-se que as pessoas deveriam ser tidas como parceiros e não mais como meros recursos, instrumentos ou ferramentas utilizadas para se atingir certos objetivos, administráveis de forma padronizada e das quais se esperava um comportamento e atitudes uniformes, previsíveis. As pessoas são, por natureza, complexas e com alto teor variabilidade. Nesse sentido, Banov (2008) ressalta “a importância da leitura comportamental como matéria prima indispensável no gerenciamento de pessoas em qualquer contexto e, em especial, no contexto organizacional”.
    Esse entendimento levou as organizações a repensarem seu modo de agir em relação aos seus colaboradores, de sorte que elas perceberam que as pessoas são, na verdade, fornecedores de conhecimento, habilidades e atitudes que lhe são essenciais, aporte organizacional que toma decisões, imprime ritmo e sentido às suas ações.
     Ao reconhecerem o elemento humano como parte integrante de seu capital intelectual, as organizações deixaram de lado o velho paradigma que via o indivíduo como simples empregado, funcionário ou coisa do tipo, e passaram a contemplar o colaborador como parceiro essencial a consolidação de sua posição no mercado, sujeito ativo alavancador de seus negócios, sugerindo a formação de alianças estratégicas com esse importante protagonista, fornecedor de talentos e competências.
     Muito obrigado e até a próxima postagem.

Referências:
BANOV, Márcia Regina. Psicologia no gerenciamento de pessoas. São Paulo: Atlas, 2008.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

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