sábado, 21 de maio de 2011

Capital Intelectual como vantagem competitiva

          Nos dias de hoje, em plena Era da Informação, não é difícil verificar as transformações pelas quais tem passado as organizações. Ante a essa realidade e sua importância para os gestores de RH da atualidade, o nosso texto abordará alguns aspectos que envolvem a formação do Capital Intelectual e sua funcionalidade como vantagem competitiva.
Boa leitura!
No novo cenário corporativo mundial, as organizações saltaram da condição de processadoras de produtivos e serviços, por meio de pessoas treinadas para a produção em massa, para um patamar em que devem atuar como organizações do conhecimento, ou dito de outro modo, agências de conhecimento e de aprendizado.
Essa nova feição se justifica na necessidade de transformar e converter a informação em conhecimento e, para tanto, os organismos empresariais devem se utilizar das próprias competências, para então, como afirma Chiavenato (2009, p39) “tornar o conhecimento rentável através de sua conversão em soluções, novos produtos, serviços, processos internos e, principalmente, em criatividade e inovação”.
Num tempo não muito distante, mais precisamente na Era Industrial, o fator determinante do sucesso empresarial era o capital financeiro e que ele representava; instalações, pátios, máquinas e equipamentos, que somado a outros aspectos ligados às finanças, se conformava como responsável direto pelo crescimento e expansão dos negócios.
Desse modo, o que importava de fato era o tamanho da organização e de suas instalações físicas, o que por si só justificava a idéia dominante que as organizações deveriam buscar, a todo custo, conseguir e reunir ativos tangíveis. Acreditava-se que somente dessa forma era possível, pela acumulação de recursos materiais e financeiros, se manter e influenciar no mercado em que atuava.
Na atualidade, o sucesso empresarial está diretamente relacionado a capacidade das organizações reagirem às mudanças do mercado, de forma ágil e inovadora, independentemente do seu porte ou tamanho, produzindo produtos e serviços que sejam capazes de transformar o produzido pelas concorrentes em obsoleto ou ultrapassado. Assim, fica evidente que ter grandes instalações, patrimônios físicos ou tecnológicos, não representa, isoladamente, diferencial competitivo que leve ao sucesso empresarial.
Em meio a isso, a posição mais importante nas organizações não mais é ocupada pelo capital financeiro, em seu lugar surge o Capital Intelectual, composto pelos ativos intangíveis e invisíveis.
Conceito cunhado na década de 1990, por Thomas Stewart, o Capital Intelectual é um tema de intensos estudos e debates do nosso tempo. Stewart ao discorrer sobre o assunto, afirma que:

Capital intelectual é a soma dos conhecimentos de todos em uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitiva. Ao contrário dos ativos, com os quais empresários e contadores estão familiarizados – propriedade, fábrica, equipamentos, dinheiro – constituem a matéria intelectual: conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência, que pode ser utilizada para gerar riqueza (STEWART, 1998, p.13).

Ao emitir tal parecer sobre a origem e composição do capital intelectual, Stewart recebeu severas críticas, tanto por parte da classe empresarial quanto por pelos pensadores da época. Por outro lado, é inegável que a emergência do conhecimento na dianteira do todos os recursos organizacionais, que passaram a depender dele em todos os sentidos, provocou uma revolução na forma de ver e entender o capital intelectual sustentado por Stewart.
Capaz de impulsionar os organismos empresariais para o sucesso através da agregação de valor aos produtos, mediante a inteligência humana, o capital intelectual passou a ser considerado como conhecimento da força de trabalho, treinamento e a intuição de uma equipe.
Idalberto Chiavenato, de reconhecido trabalho na área da Administração e Recursos Humanos, afirma que:

Na Era da informação, o capital financeiro está deixando de ser o recurso mais importante da organização. Outros ativos intangíveis e invisíveis estão assumindo rapidamente seu lugar e relegando-o a um plano secundário. Estamos referindo-nos ao capital intelectual (CHIAVENATO, 2007, p.232).

Aqui o autor reconhece o valor do capital intelectual para o contexto atual das organizações, sobretudo pela dependência que o capital financeiro - que guarda sua importância relativa - passou a ter do conhecimento, que assumiu posição estratégica na garantia da aplicação e rentabilidade corporativa.
De acordo com Idalberto Chiavenato (2009) o capital intelectual é composto pela parte invisível da empresa onde se encontram o capital humano e o capital estrutural, ou melhor, constituído de ativos intangíveis como capital interno: sistemas internos e conhecimento corporativo; capital externo: clientes e fornecedores e capital humano: talentos. Este último é o capital composto de pessoas, sinônimo de talentos e competências.
Por outro lado, as organizações precisam estabelecer plataformas estruturais, cultura e clima organizacionais suficientes para suportar a operacionalização dos recursos humanos e dos talentos de que dispõem, visto que a adequada utilização das pessoas requer o equilíbrio entre estrutura organizacional, cultura democrática e estilo de gestão, pois é fato que grande parte do capital intelectual é representada pelas pessoas e suas faculdades. Dito de outra forma, as pessoas retêm talentos que as organizações precisam manter e desenvolver.
De maneira gradativa, o capital financeiro cedeu lugar para o capital intelectual nas organizações - da década de 1990 até os nossos dias - o que tem justificado os pesados investimentos nessa área. Essa tomada de postura tem transformado os organismos empresariais em organizações educadoras, que focam suas ações estratégicas na aprendizagem, incrementada e desenvolvida através de processos otimizados de gestão do conhecimento. Aqui emerge um conceito novo: gerir pessoas, com eficiência e eficácia, antecede qualquer ação administrativa voltada para qualquer recurso organizacional, seja ele financeiro, tecnológico ou estrutural.
A nossa investigação - breve - revelou que o Capital Intelectual, como bem intangível formado pela estrutura externa: clientes e fornecedores; estrutura interna: sistemas, processos etc. e capital humano; recurso fundamental para agregar valor as organizações, se conforma como responsável direto pela rapidez de respostas às mudanças, agilidade e eficácia na aplicação de estratégias vencedoras.
Ao encerrar, gostaria de dizer que o texto atingiu seu objetivo; lançar um olhar sobre o Capital Intelectual e tentar identificar sua importância como fator de competitividade para as organizações na atualidade, sem, contudo, ter a pretensão de esgotar o assunto.
O estudo revelou que na Era do conhecimento, demanda das empresas administrar seu capital intelectual de forma mais sistêmica, através da elaboração de diretrizes, estratégias e planos de ação que considerem que o investimento maior deve ser feito, não em coisas tangíveis como máquinas e equipamentos, mas no ser humano. O cabedal de conhecimento das pessoas não diminui quando elas o compartilham.
E mais, o conhecimento como recurso mais importante das organizações contemporâneas é, também, a razão do seu sucesso.
Muito obrigado e até a próxima postagem.

Bibliografia
ANTUNES, Maria Thereza Pompa. Capital Intelectual. São Paulo: Atlas, 2000.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. - 9.ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
_____. Administração de recursos humanos: fundamentos básicos. – 6. ed. – 2. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2007.
_____. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações: edição compacta. 3. ed. rev. e atualizada. – 5. reimpr.– Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
DRUCKER, Peter F. As novas realidades: no governo e na política, na economia e nas empresas, na sociedade e na visão do mundo. São Paulo: Pioneira, 1989.
STEWART, Thomas A. Capital Intelectual: a nossa vantagem competitiva das empresas. 11 ed. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1998.
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