quinta-feira, 21 de abril de 2011

FELIZ PÁSCOA!

Movido pelos mais nobres sentimentos que brotam nesse período pascal, sem sombra de dúvidas o momento comemorativo mais importante da religião cristã, ocasião em que os cristãos de todo o mundo comemoram a ressurreição do Salvador- Jesus Cristo - comparecendo as igrejas e templos para tomar parte nas cerimônias religiosas, reunindo-se em seus lares, em preces e jejuns, ou ainda, degustando comidas e iguarias alusivas à ocasião, me vi inclinado a comentar alguns aspectos relacionados ao surgimento dessa festividade religiosa, e também sobre a reflexão que o momento sagrado nos impele a fazer.
A história nos conta que esse período de festa cristã teve sua origem ligada as festividades primaveris do mundo pagão, mais as celebrações do “Pessach ou Passover”: a Páscoa judaica. E de acordo com o calendário de festas judaico, esse período de comemoração religiosa dura oito dias e lembra o êxodo e a libertação dos israelitas do Egito de Ramsés II.
Tradicionalmente, a páscoa é associada a imagem do coelho, símbolo de fertilidade, e a ovos pintados com cores brilhantes representando a luz solar e que são dados como presentes nessa ocasião. Outros símbolos, além do coelho e do chocolate, compõem os festejos.
A imagem do cordeiro está associada ao Cristo, sacrificado em favor do seu rebanho, enquanto que a cruz, que no Conselho de Nicea em 325 d.C assumiu o papel de símbolo oficial do cristianismo, mistifica todo o significado da Páscoa, na ressurreição e também no sofrimento de Cristo. Já o pão e o vinho, representam a vida eterna, o corpo e o sangue de Jesus, que foram ofertados aos seus discípulos.
A vida nômade do passado, na qual as pessoas viviam apegadas apenas aos seus pequenos rebanhos e pequenas plantações temporárias, mesmo tendo motivado o surgimento de algumas comemorações e aproximações importantes para a sociedade humana, de modo especial, pelo contato com a natureza, ao que parece, transmutou para um estilo de vida humana em que as pessoas se tornaram, e se tornam cada vez mais, egocêntricas e consumistas, de tal sorte, que se converteram em escravas do marketing predatório e inescrupuloso.
O marketing a que me referi acima não é aquele que prega Philip Kotler que, segundo ele, “tem a tarefa de descobrir necessidades não atendidas e fornecer soluções satisfatórias”, essencial ao desenvolvimento das organizações, mas sim, o praticado pelo “monstro” do consumismo exacerbado, a serviço de mentes gananciosas e insensíveis.
Tal posicionamento social redunda no esgarçamento das relações humanas, de modo especial, no seio da família, vitimada pela desagregação resultante das diferenças de objetivos, novos arranjos familiares e, mais perversamente, pelo consumo de drogas ilícitas que potencializam a violência doméstica - e fora dela.
A Páscoa simboliza ressurreição, renascimento, assim sendo, nada melhor que aproveitar a ocasião para repensar nossas relações, especialmente em família e, também, em cima dessa reflexão, estender nossa consciência para os irmãos de todo o planeta.
É difícil, com todos os avanços que a humanidade alcançou, conceber situações como as vividas pelos povos do Oriente Médio e do Ocidente, por exemplo, que se digladiam, ora por questões religiosas, ora por regimes totalitários de governo ou em razão dos interesses do petróleo, ou mesmo os que habitam o interior nordestino, castigados pelos períodos de estiagem prolongados, sujeitos as intempéries naturais e à ganância de maus políticos, entre outros povos planetários que sofrem, agonizam diante do equívoco da sua existência.
O fato é que as luzes, velas e fogueiras, que marcam as celebrações pascais, e aportaram em nossas terras pelos colonizadores, devem acender a consciência da humanidade contemporânea para a nova realidade global, de modo a ver que o “homem é sempre, em qualquer cultura, manifestação da natureza humana, manifestação essa que é, em sua expressão específica, determinada pelos arranjos sociais sob os quais ele vive” (FROMM, 1979, p.28).
Nesse período cristão em que celebramos a ressurreição de Jesus Cristo, ocorrida após a sua crucificação e colocação em sepulcro, ocasião em que o espírito e o corpo Dele foram reunificados, faço votos que esse “ritual de passagem” represente a transição, na sua vida e na dos seus entes queridos, de tal sorte que sua alma se eleve a um nível de extrema felicidade e alegria, e que a paz no mundo saia do campo utópico e se torne realidade.
Feliz Páscoa! Happy Easter! Glad Pásk! Dioyense fiésse di Pâque! Felices Pascuas! Glaedelig Páske! Gleoilega Páska! Chag Sameach! Hristos Voskrese! E até o nosso próximo encontro.

Bibliografia

FROMM, Erich. Psicanálise da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. - São Paulo: Futura, 199.09

Sites visitados

http://www.brasilcultura.com.br/cultura/significado-da-data-de-pascoa-crista/
http://pt.wikipedia.org/wiki/pascoa
http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/kidcafe-esc/significado.html

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