sábado, 12 de fevereiro de 2011

Autoconhecimento e Relacionamento Funcional

A educação, como viés de mão dupla, possibilita que professores e alunos construam uma relação de ensino-aprendizagem, de forma simultânea, na permuta constante de saberes e experiências profissionais - e de vida -, de tal maneira que a capacidade de transformar, construir e reconstruir o mundo no qual vivemos, se efetiva através da nossa percepção, faculdade de ver e sentir que nos habilita avaliar, julgar, ponderar idéias universais, raciocinar e formar juízos de valor que nos leva a quebrar paradigmas.
Assim, pode-se inferir que a educação na atualidade, de modo especial, no ensino tecnológico, se conforma como prática que se renova e que transcende o aspecto bancário do passado, onde o educando se comportava de forma passiva, enquanto o educador depositava nele o conhecimento. Julgo pertinente utilizar aqui as sábias e conscientes palavras do mestre Paulo Freire, que consta na sua obra: Pedagogia da Autonomia, onde ele alerta que é preciso “saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Assim, todos os sujeitos envolvidos no processo educativo, professor e aluno, não só precisam compreender e apreender o saber, como também, constantemente, testemunhá-lo e vivê-lo.
Diante disso, a dinâmica do relacionamento funcional demonstra que o ambiente de trabalho estimulante, descontraído e alegre, onde as pessoas possam desenvolver suas atividades com dedicação e interesse, gerando benefícios para outros indivíduos, cidade ou país, se mostra primordial para o contexto corporativo, que historicamente vem se transformando e evoluindo desde a revolução industrial até os nossos dias.
Essa preconização se justifica na elevação da criatividade encontrada nessa ambiência, permeada por inovações tecnológicas e de processos, em que as pessoas estão 100% conectadas e mobilizadas, ávidas por um clima organizacional que as motive e as impulsione cada vez mais rumo ao progresso e ao desenvolvimento, pessoal e profissional, tendo como principal ferramenta a inteligência emocional.
A utilização equilibrada do autoconhecimento otimiza as relações interpessoais, reduzindo os atritos no ambiente de trabalho - e fora dele -, bem como a resistência às mudanças, criando condições para a instalação de um novo ambiente de trabalho que possibilite a utilização do marketing pessoal e do processo de comunicação mais eficientes, maximizados pelo feedback eficaz.
O ambiente de trabalho isento de preconceitos, seja de que natureza for, favorece o comportamento e a interação entre as pessoas, além de aumentar as chances de, efetivamente, as empresas alcançarem seus resultados, só possível através da convergência dos objetivos organizacionais com os objetivos pessoais de seus colaboradores. O novo ambiente de trabalho deve estar alicerçado nos valores individuais e sociais que as pessoas - que nele trabalham e vivem -, trazem consigo, compartilham e ressignificam.
Na atualidade, as organizações se vêem impelidas a adotarem uma nova postura em relação aos seus colaboradores. Elas sabem que precisam caminhar juntas com as transformações sociais e humanas que se refletem no meio corporativo, até porque, como seres essencialmente relacionais, as pessoas são responsáveis diretas pela vida e dinâmica das empresas. E, também, novos tempos demandam novas formas de gestão.
Assim sendo, o momento de alta complexidade e elevada competitividade do mercado globalizado, exige do indivíduo não somente “conhecimento”, mas habilidade para interagir e se relacionar de forma a proporcionar o bem-estar dele próprio, dos colegas de trabalho, da empresa e da sociedade, e como mecanismo alicerçador de suas atitudes conscientes e deliberadas, gera o comprometimento de todos.
Como afirma Matos (2006) vivemos na “era do conhecimento, do saber, do talento e da criatividade, e suas infinitas possibilidades”. Em meio a essa realidade histórica, criar e manter um clima harmonioso, cooperativo e agradável em nosso ambiente de trabalho se mostra essencial para a conquista de nossos objetivos profissionais - e de vida.
Muito obrigado, e até nosso próximo encontro.
Bibliografia
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. - São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MATOS, José Diney. Bem-Estar criativo para o sucesso: potencializando o desempenho pessoal e profissional. - são Paulo: Saraiva, 2006.

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