quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Motivação

         Considerando a importância da motivação para as organizações em nossos dias, resolvi abordar essa temática no postagem de hoje. Espero contribuir, mesmo que minimamente, para tornar mais acessível o conhecimento nessa área, facilitando a compreensão e aplicação desse conceito. Boa leitura.
Motivação
De reconhecida complexidade, a motivação se coloca como importante campo do conhecimento da natureza e do comportamento humano. E, desde tempos remotos, de acordo com Bergamini (2006), os primeiros pensadores da humanidade já demonstravam interesse pela motivação humana e suas manifestações, como mostra antigos registros em que filósofos se debruçaram na temática, mesmo que sob outras denominações.
Na atualidade, muitos pesquisadores dedicam esforços para desvendar os mistérios da motivação e a influência que ela exerce sobre o desempenho das pessoas nas organizações utilizando-se de experimentos, ou teorias, desenvolvidas por Abraham Maslow - das necessidades; de Frederick Herzberg - dos dois fatores; de Victor Vroom - contingencial, entre outras, como base de estudos.
Para melhor compreensão do comportamento dos indivíduos no ambiente de trabalho e em relação as tarefas que executam, e/ou cargos que ocupam, é necessário conhecer os elementos que os motiva a ação. Em razão disso, se justifica a afirmação que não é fácil conceituar a motivação, tendo em vista que esse termo pode ser definido com diferentes sentidos.
Nessa direção, Chiavenato (2007, p.107) afirma que “De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelos menos, que dá origem a um comportamento específico”. Logo, com base na sua firmação pode-se inferir que o que direciona os indivíduos a um determinado comportamento ou ação, pode estar relacionado tanto a estímulos externos, ambientais, quanto internos - processos mentais.
Por outro lado, alguns estudiosos alegam que a motivação está ligada a cognição humana - pensamento, crença e percepção. Contudo, no que diz respeito aos impulsionadores a ação, encontra-se no desejo (poder, status etc.) e no receio (ameaças etc.) as justificativas para o comportamento do indivíduo, pois em razão dos objetivos definidos ele compromete seus esforços, seu tempo e sua energia, ou então, se esquiva ou evita situações que possam comprometê-lo desfavoravelmente.
“É óbvio que as pessoas são diferentes no que tange à motivação: as necessidades variam de indivíduo para indivíduo, produzindo diferentes padrões de comportamento”, afirma Chiavenato (2007, p.108). Mas apesar dessas variações, entre outras, e mais o fato que as necessidades, valores e capacidades variam no mesmo indivíduo conforme o tempo, o mecanismo ou processo que dá dinâmica aos comportamentos se apresenta mais ou menos semelhante para todos os indivíduos.
Um comportamento básico, o mesmo para todas as pessoas, poderá apresentar infinitas variações, visto que está sujeito aos estímulos, necessidades, desejos, cognição etc., de cada uma das pessoas envolvidas.
E quando o equilíbrio é rompido no organismo, causa tensão, insatisfação e desconforto, o que remete o indivíduo a instalar novo comportamento para restabelecer o equilíbrio. Se for bem sucedido, o organismo retorna ao estado de equilíbrio anterior. 
A motivação humana se processa de forma dinâmica, já que as necessidades ou motivos não são estáticos. Através do reforço positivo, aprendizagem e repetição, a satisfação das necessidades, ou de certas necessidades, vai se tornando realidade. Por outro lado, se a tensão não encontrar saída normal e for represada, pode provocar tensão psicológica - agressividade, indiferença, apatia etc., ou fisiológica - insônia, indigestão etc.
          As necessidades humanas há muito servem de subsídio às pesquisas voltadas a explicar porque as pessoas assumem comportamentos que as leva a agirem em - e sob - determinadas circunstâncias. A teoria da hierarquia das necessidades de Maslow se encaixa nesse perfil.
Embora tenha sido discípulo de Sigmund Freud, e tenha se baseado na psicanálise e psicologia experimental, Abraham Maslow se opôs a Freud e sustentou sua teoria considerando alguns fatores, como:
1. O comportamento do homem é um todo integrado e organizado;
2. As ações humanas não resultam de uma só, mas de múltiplas motivações, relacionadas entre si;
3. As motivações humanas devem ser analisadas em conjunto.

Maslow justifica sua teoria com base na influência que o comportamento das pessoas sofre pela hierarquia de necessidades. Para tanto, ele se firmou no fato que o ser humano expande suas necessidades no transcorrer da vida e, à medida que tem satisfeitas suas necessidades básicas, outras de maior elevação prevalecem no seu comportamento, como mostrado em sua pirâmide.
A hierarquia das necessidades de Maslow se conforma em:
1. Primárias - fisiológicas e de segurança;
2. Secundárias - sociais, de estima, de autorrealização.
De acordo com ele, as necessidades podem variar em razão do padrão de vida assumido pelas pessoas na sociedade. Aquelas que alcançaram nível socioeconômico maior têm suas necessidades primárias satisfeitas sem, no entanto, demandar muito esforço, conseqüentemente, é pouco o efeito motivacional. Já as pessoas de menor padrão, por não terem totalmente satisfeitas as mesmas necessidades primárias, buscam orientar suas ações no intuito de satisfazê-las, desse modo, o efeito motivacional predomina no seu comportamento.
Enquanto Maslow fundamentou sua teoria na diversidade das necessidades humanas, Frederick Herzberg alicerçou a sua nos fatores de motivação higiênicos e motivadores. No seu entendimento, tanto o ambiente externo quanto o trabalho em si tem relevância para a motivação humana.
Herzberg afirma que os fatores higiênicos estão relacionados às condições que rodeiam os colaboradores enquanto trabalham, comportando o ambiente, os relacionamentos, a segurança no emprego, os benefícios sociais e salário, etc. Tradicionalmente utilizados para gerar motivação pelas organizações, esses fatores, quando apropriados, resultam em satisfação, ainda que apresentem limitação na capacidade de influenciar.
Os fatores relacionados aos aspectos pessoais, realização profissional e ao conteúdo do trabalho, são propriamente ditos motivacionais e são intrínsecos ou inerentes à pessoa. O autor assevera que os fatores realmente motivadores operam no sentido positivo, melhorando os resultados, ao passo que os fatores higiênicos tendem a atuar no sentido de impedir situações negativas.
Victor H. Vroom reconhecendo as diferenças e visando melhor entender a complexidade humana desenvolveu sua teoria motivacional refutando noções preconcebidas. Teoria mais alinhada com o que pensam os psicólogos e sociólogos contemporâneos, que compartilham a visão que a produtividade individual parece depender de três forças básicas: a força do desejo de atingir objetivos, a relação da produtividade e o alcance de objetivos individuais.
A motivação humana, como enfoque comportamental, considera aspectos causais internos ao próprio indivíduo, ou externos a ele - relativos ao ambiente. Assim colocada, a motivação se conforma numa relação de causa e efeito no comportamento das pessoas, associada a diferentes momentos e circunstâncias observados na diversidade do ambiente e clima organizacionais.
Muito obrigado e até breve.

Bilbiografia:
BERGAMINI, C.W. Psicologia Aplicada à Administração de Empresas: Psicologia do Comportamento Organizacional, 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos: fundamentos básicos. - 6. Ed. -2. reimpr. - São Paulo: Atlas, 2007. 

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